Como Abrir Uma Loja Virtual

As vendas no comércio digital brasileiro chegaram a R$ 53,4 bilhões só no primeiro semestre de 2021 e tudo indica que continuará crescendo nos próximos anos. Veja nesse post o passo a passo para abrir uma loja virtual de sucesso e abocanhar uma fatia desse mercado.

O que você precisa saber antes de montar uma loja virtual

Antes de tudo é preciso conceituar o que é uma loja virtual.

Por mais que vender na internet não seja algo novo, grande parte das pessoas tomou conhecimento do assunto em 2020, quando as restrições para o combate da pandemia forçaram muitas pessoas a comprar e vender online.

Por isso precisamos conceituar os termos para que você saiba exatamente os desafios que te esperam em sua jornada empreendedora.

Vender no Mercado Livre, na Shopee, na Amazon, ou qualquer plataforma como essas não é ter uma loja virtual. Essa modalidade se chama vender nos marketplaces.

O termo “loja virtual”, significa que você terá uma estrutura própria onde anunciará os seus produtos e cuidará de toda parte técnica do negócio. Ou seja, o seu próprio site.

Isso quer dizer que você deverá pensar nos meios de pagamentos, estrutura da loja,  logística, marketing , SAC e todos os investimentos necessários para que a operação funcione corretamente.

Veja algumas vantagens e desvantagens de cada categoria.

Vantagens dos marketplaces:

  • A estrutura está pronta, basta anunciar os seus produtos;
  • Os meios de pagamento já estão configurados e a logística está integrada à plataforma;
  • Você não precisará gastar com anúncios para atrair pessoas para comprar seus produtos.

Desvantagens dos marketplaces:

  • Você paga comissão por cada venda realizada;
  • Você tem que seguir as regras da plataforma ou pode ser bloqueado;
  • A competição é acirrada, tendo em vista que provavelmente outros estarão vendendo o mesmo produto que você.

Vantagens da Loja Virtual:

  • Você tem a opção personalizar as configurações e layout da página;
  • O lucro é 100% seu;
  • Não há risco da sua loja sair do ar por decisão de terceiros.

Desvantagens da Loja Virtual:

  • Requer um investimento maior;
  • É preciso ter um capital de giro para manter o sistema funcionando;
  • Será preciso investir em anúncios pagos para atrair pessoas nos primeiros meses.

Agora que você já sabe o que é uma loja virtual, vamos analisar outros pontos que você deve considerar antes de abrir a sua.

Pesquise o mercado

Pesquisa de mercado

É preciso ter em mente que iniciar uma loja virtual irá demandar muito trabalho e algum investimento inicial.

Para que você não desperdice tempo e dinheiro você precisa saber se os produtos que você deseja comercializar em sua loja possuem demanda no mercado.

Por isso é essencial que você realize uma pesquisa de mercado para identificar quais produtos estão em tendência.

Você pode utilizar uma ferramenta gratuita chamada Google Trends.

Essa ferramenta permite acompanhar a evolução do número de buscas de uma determinada palavra ao longo do tempo.

Essa informação trará mais clareza se um produto foi apenas uma moda passageira ou se o interesse das pessoas permanece.

Defina o seu público-alvo

Público alvo

Após mapear o que você vai vender, chegou a hora de pensar para quem você vai vender.

Conhecendo quem é o seu cliente ideal – comportamento, hábitos, idade, interesses – você conseguirá realizar campanhas de marketing muito mais assertivas.

As suas campanhas de marketing serão direcionadas a quem realmente se interessa pelo que você vende, economizando tempo e dinheiro com campanhas que não trazem resultado.

Quando você define o seu público-alvo você sabe exatamente como se comunicar com ele e sabe também onde ele está.

Pense nisso: a comunicação com mulheres com mais de cinquenta anos é totalmente diferente da comunicação com garotas de 16. A sua marca tem que se comunicar com seu público da forma correta para gerar identificação e engajamento.

Tenha bons fornecedores

A escolha de fornecedores é essencial para o sucesso da sua loja virtual.

O preço não pode ser a sua única motivação para comprar de um determinado fornecedor.

Seus fornecedores devem verdadeiros parceiros do seu negócio.

Prazos de pagamento, tempo de envio dos pedidos de compra e facilidade na comunicação, devem ser outros pontos que você deve analisar ao escolher os seus fornecedores.

Outro ponto importantíssimo na escolha de um fornecedor é a política de troca.

Nas vendas online os pedidos de troca ou devolução de mercadorias acontece constantemente.

Por esse motivo é essencial que o seu fornecedor possua uma política de troca sem muita burocracia. Caso contrário você poderá ter muito prejuízo.

Outro ponto de segurança é ter um fornecedor “oficial” e pelo menos dois que funcionarão como suporte caso o seu fornecedor principal falhe.

Dessa forma, é muito improvável que você fique sem estoque.

Determine o investimento inicial

Após mapear o mercado e descobrir o que você vai vender, para quem vai vender e de quem irá comprar, chegou a hora de determinar quanto irá colocar no negócio inicialmente.

Nessa conta você deverá considerar os seguintes fatores:

  • Qual estrutura irá utilizar;
  • Qual será o meio de pagamento;
  • Como será a logística;
  • Estoque Inicial;
  • Investimento em marketing.

Você precisa disponibilizar um valor que você possa custear a sua operação por no mínimo um ano mesmo que não tenha lucro.

Uma dica é: comece devagar!

Nada de sair comprando um caminhão de produtos sem ter validado o negócio.

Vá com calma, compre algumas peças e gradualmente vá reinvestindo no estoque da sua loja.

Com o tempo, você saberá quais são os produtos que vendem e quais produtos não tem muita saída.

Isso diminui a probabilidade de ficar com mercadoria parada.

Hora de ir para o campo de batalha

Loja virtual para iniciantes

Após realizar todo esse planejamento chegou a hora de tirar a sua loja virtual o papel.
Veja agora o passo a passo de como abrir uma loja virtual da forma correta.

1 – Regularize o seu e-commerce

Antes de começar a vender você deve regularizar o seu negócio.

A fiscalização dos órgãos públicos aos comércios eletrônicos está cada vez mais rigorosa.

Você pode até ter ouvido a história de um amigo do seu amigo que vende muito na internet e não tem um negócio formalizado, mas acredite, cedo ou tarde ele terá problemas.

Vender na internet sem ter um negócio legalizado pode acarretar em multas caríssima e o encerramento das suas atividades.

Para regularizar o seu negócio o primeiro passo para será abrir um CNPJ – Cadastro nacional de Pessoas Jurídicas.

Você poderá optar por dois caminhos na hora de solicitar o CNPJ da sua empresa.

O primeiro é o MEI – microempreendedor individual. Nessa modalidade você garante os direitos trabalhistas, tem a opção de emitir notas fiscais e as taxas que incidem sobre o MEI são muito baixas.

Outra vantagem é que você pode solicitar o seu CNPJ por conta própria acessando o Portal do Empreendedor.

Um ponto negativo é que o MEI tem o limite de faturamento anual de R$ 81.000,00 , isso corresponde um faturamento mensal de R$ 6.750,00.

A outra opção é constituir uma ME – Microempresa. Essa modalidade é um pouco mais burocrática, pois você precisará elaborar um Contato Social, Registro na Junta Comercial, entre outros processos que irão demandar mais tempo e você precisará do auxílio de um contador.

O registro como Microempresa não possui limite de faturamento.

Além disso, em muitos fornecedores os prazos para pagamento são maiores e a margem de negociação melhor do que com empresas registradas como MEI.

Para registrar a sua empresa como uma Microempresa, o mais indicado é que você procure um profissional qualificado como um contador como dissemos anteriormente. Clique aqui se quiser saber mais.

Ambas as modalidades têm as suas vantagens e desvantagens, mas para ajudar na sua escolha pense da seguinte forma:

Se você já validou o produto que vai trabalhar e dispõe de um pouco mais de capital, o mais indicado é registrar a sua empresa como ME.

Digo isso porque a transição de MEI para ME não é uma coisa muito simples e isso pode prejudicar as suas vendas.

Dependendo do produto e do nicho que você escolher, você pode escalar muito rápido as suas vendas e em poucos meses a sua empresa estourará o limite do MEI.

Caso você não tenha muito capital inicial e queira testar alguns produtos, comece pelo MEI.

2- Escolha a plataforma

Plataformas e-commerce

A escolha da plataforma é um passo importantíssimo para o seu negócio por motivos óbvios.

A plataforma é onde a sua loja virtual irá funcionar.

O mesmo cuidado que você teria para escolher o imóvel onde seria a sua loja física você deve ter na escolha da plataforma onde ficará hospedada a sua loja virtual.

Na verdade, a escolha da plataforma é até mais importante, porque ela será o coração do seu e-commerce.

A plataforma deve permitir:

  • Gerenciar o estoque e os preços que serão praticados;
  • Cadastrar e incluir produtos com facilidade;
  • Organizar as formas de pagamento;
  • Integração com a logística;
  • Proteger as informações pessoais dos clientes.

Existem três tipos de plataformas no mercado atualmente:

Gratuitas: As chamadas “open source”, oferecem algumas possibilidades de personalização, porém, você pode ter alguns problemas com a hospedagem, gerando instabilidade e dificuldades na manutenção;

Pagas: Possuem um software mais confiável, atendimento especializado e personalizado e tem maior estabilidade. Mas não possuem muitas opções de personalização. Além disso, algumas plataformas cobram uma porcentagem sobre as vendas realizadas;

Próprias: Nesta opção você tem a possibilidade personalizar totalmente a sua loja, mas você precisará de uma equipe especializada para mante-la funcionando, o que implicará em custos. Por outro lado, você terá o seu próprio site, não pagará comissão sobre vendas e também poderá usar várias estratégias de marketing digital.

Analise cada opção e pondere os prós e contras.

Aqui na Works oferecemos consultoria para e-commerce, criamos sites e elaboramos estratégias de marketing para quem deseja ter a sua loja virtual, se quiser saber mais sobre esses serviços, clique aqui.

3 – Escolha os meios de pagamento

Meios de Pagamento

A escolha de como será o recebimento de pagamentos é outro ponto chave na estrutura da sua loja virtual.

Atualmente existem três opções disponíveis e entender as características de cada uma te possibilitará escolher a mais indicada para sua loja e seus consumidores.

São elas:

  • Integração direta: Nessa modalidade as operadoras de cartão de crédito oferecem um canal de integração direto com a sua loja, o webservice. As transações bancárias serão realizadas diretamente na sua loja virtual, sem precisar de cadastro ou aprovação de terceiros. O custo fica por conta do sistema, ele permite que a própria loja virtual analise as condições de crédito e saldo dos cartões. É uma opção um pouco mais trabalhosa.
  • Intermediadores: Como o próprio nome já diz são empresas que fazem a mediação dos pagamentos na sua loja virtual. Basta um simples cadastro e toda implementação fica por conta deles. Essas empresas costumam cobrar uma taxa e um valor fixo por cada transação aprovada. Funciona assim: quando uma compra é realizada no seu e-commerce, o valor vai para a conta da empresa que presta o serviço de solução de pagamento (intermediadora). Após recolher esses valores, ela os repassa à loja virtual, geralmente em 30 dias.
  • Gateways : Funciona da mesma forma que uma maquininha de cartões de crédito de uma loja física. Através de um contrato firmado com bancos ou bandeiras de cartão, será disponibilizado uma ferramenta diretamente no seu site para que os clientes digitem os dados do cartão. Existe também a opção de boleto bancário ou transferência eletrônica. O dinheiro das vendas cai diretamente na conta da loja.

Busque uma maneira de oferecer a maior quantidade de opções possíveis de pagamento para o seu cliente.

Caso contrário o risco de “abandono de carrinho” – que é quando a pessoa escolhe os produtos e ao chegar no checkout para efetuar o pagamento desiste – pode aumentar.

Além disso, você deve prezar pela segurança no pagamento do seu cliente e seus dados.

Ele deve se sentir 100% seguro de finalizar uma compra no seu site.

4 – Estruture a logística

A entrega é um fator determinante na experiência do cliente no seu e-commerce.

Ao planejar a logística da sua loja virtual não considere apenas o valor do frete, mas principalmente o tempo de entrega.

Esses dois aspectos devem ser observados quando você for estruturar como será a logística na sua estrutura.


Você pode escolher entre três modalidades:

  • Logística Própria: O processo de entrega é responsabilidade total da sua loja. Desde o armazenamento até a entrega do produto.
  • Logística parcialmente terceirizada: É quando você contrata os serviços de entrega de outra empresa, como os correiros, por exemplo. Mas permanece responsável por estocar as mercadorias.
  • Logística Terceirizada (fulfillment): Uma empresa especializada cuida de todas as etapas da entrega, desde a estocagem até a entrega. Embora seja muito um serviço super prático ele conta com custos bem mais elevados.

5 – A legislação.

O e-commerce assim como as outras modalidades de comércio, é regido por uma legislação própria que deve ser observada.

A Lei do E-commerce, Decreto federal 7.962/13, estabelece alguns critérios. São eles:

  • As informações no site da loja precisam estar claras e de fácil acesso, como a razão social, o endereço físico, CNPJ, telefone para contato e o formulário de contato, ou e-mail.
  • Na página do produto, é preciso que as informações estejam claras, como descrição detalhada, medidas e material de fabricação.
  • As opções de pagamento (como parcelamento e incidência, ou não, de juros) e os prazos de entrega também devem estar em local privilegiado na página.
  • Quando o cliente fechar o carrinho de compras, é preciso que apareça uma confirmação de compra e que essa confirmação seja enviada para seu e-mail.
  • O cliente tem até 7 dias (a partir da data de entrega da mercadoria) para se arrepender da compra. Assim, ele pode devolver o produto sem custo algum e sem precisar se justificar – desde que o produto esteja em perfeitas condições.

Conclusão

Sim, abrir uma loja virtual pode ser um pouco trabalhoso e não há espaço para amadorismo.

Se você deseja que a sua loja virtual dê certo você precisará investir tempo e trabalho duro para que tudo funcione perfeitamente e que a experiência do consumidor seja positiva.

Também deverá investir em estratégias de marketing digital, principalmente em tráfego pago (anúncios na internet).

Não adianta você montar o site mais bonito da internet se ninguém sabe que ele existe, você precisa levar pessoas até ele.

A minha opinião sobre ter ou não uma loja virtual é a seguinte:

Penso que você pode ter os dois, mas deve fazer isso sendo estratégico.

Eu começaria vendendo nos marketplaces, todos eles!

Mercado Livre, Magazine Luiza, Americanas.com, Shopee e etc.

Com o tempo eu formaria uma lista de clientes, validaria vários produtos, teria um nicho bem definido, fornecedores parceiros e capital de giro.

Após isso eu iniciaria uma loja virtual.

Não utilizaria plataformas de terceiros, mas uma estrutura própria.

Assim eu poderia personaliza-la como eu quisesse e deixar a minha loja virtual com a cara da minha marca.

Além disso, em uma estrutura própria é bem mais fácil aplicar estratégias de marketing digital.

Como por exemplo, ter um blog com conteúdo relacionado ao nicho que minha empresa atua e através dos artigos publicados atrair compradores de forma orgânica sem precisar gastar dinheiro com anúncios.

Se você quiser aprender mais sobre os processos envolvidos em montar uma loja virtual ou estratégias de marketing digital para bombar as suas vendas seja nos marketplaces ou na sua loja virtual, clique aqui e fale com um dos nossos especialistas.

Espero que este artigo tenha te ajudado. Boas vendas!

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